Sunday, March 12, 2006

VENTO FRIO


Naquela noite que o vento frio se insinuou pela fresta da janela quebrada levantei-me da cama revolta e na escuridão procurei o abajur. A luz apenas iluminava um canto do quarto que parecia infinito sem seus contornos definidos. Tampei o vidro quebrado interrompendo o fluxo do vento frio que trazia os sons noturnos. Virei-me, olhei para a cama e encontrei teu olhar mais uma vez. A surpresa de admirar teus cabelos tocando tua pele e teu olhar que me queria inteiro. Parei no vácuo do quarto e fiquei assim até acordar. Levei tua imagem pelos dias seguintes como um pano de fundo, como uma paisagem prometida. Amanhã voltaria a te sonhar, sabia que estarias lá.

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