NOITE DE INVERNO

Esta noite quase pude sentir cada célula de tua pele em meus lábios. Senti o fogo do desejo caminhando pelos tecidos de minha consciência. Senti o toque quente de tua pele sem te tocar. Alisei teu perfil com meu olhar distante. Com o fogo desse desejo que me consome, que me inebria. Nas sombras da noite em sonhos delirantes vejo teus contornos. Acordo teso e volto a dormir. E novamente em sonhos de desejos encontro teu corpo e o toco interminavelmente. Passando o óleo de meu corpo no teu. Esfregando nossas peles quentes, confundindo nossos corpos na noite suave de inverno.

DESEJO

Mais uma vez fui vítima de um desenfreado desejo de te possuir. Um desejo avassalador que produz erupções de en ergia incontrolável pulsando em minhas veias. Uma ânsia quase doentia de deslizar meus lábios ávidos por tua pele macia. De antecipar um toque com um alento quente, tocando-te sem te tocar. Um desejo alucinante de me fundir em teus desejos e me perder em teus sonhos em noites intermináveis. Um desejo indomável de me desintegrar no sol de cada manhã. Te desejar me enche de uma energia que me renova e me faz novamente sonhar.

GUERRA

Mais uma vez estou em guerra. A cada dia acordo sem saber se vou dormir mais uma vez. Quero te tocar como se fosse a última e única vez. Quero cada poro, cada gota de teu suor sem fronteiras. Uma entrega total em que possa me fundir a teus prazeres, a cada dia, a cada noite. Arrepiar cada centímetro de teu corpo com um toque único numa fusão instantânea de nossos corpos. Inalar cada partícula de teus odores e me perder em teus sonhos impossíveis. E te tocar por horas e horas com a certeza única de cada instante em que deslizo em tuas curvas e me entrego incondicionalmente sem razão ou lógica, como uma folha caindo no outono.